O Espiritismo - na sua expressão mais simples. Allan
Kardec.
Do livro O Que é o
Espiritismo:
O ano de 1862 foi fértil em
trabalhos favoráveis à difusão do Espiritismo. No dia 15 de janeiro apareceu a
pequenina e excelente brochura de propaganda: O Espiritismo em sua mais simples expressão.
“O fim desta publicação, diz
Allan Kardec, é apresentar, em quadro muito resumido, um histórico do
Espiritismo e uma idéia suficiente da doutrina dos Espíritos, para permitir ser
compreendido o seu fim moral e filosófico. Pela clareza e simplicidade do estilo,
procuramos pô-lo ao alcance de todas as inteligências. Contamos com o zelo de
todos os verdadeiros espíritas, para que lhe auxiliem a propagação.”
Este apelo foi ouvido,
porque a pequena brochura se espalhou em profusão, devendo muitos a esse excelente
trabalho o terem compreendido o fim e o alcance do Espiritismo.
Exposição sumária do ensino dos Espíritos e da
natureza das suas manifestações:
• Sem caridade não
há salvação;
• Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei;
• Não há fé inquebrantável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.
• Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei;
• Não há fé inquebrantável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade.
Índice:
1. Resumo histórico do Espiritismo:
O início das comunicações organizadas com os
espíritos;
As mesas falavam porque eram controladas por seres inteligentes; Os seres inteligentes eram os espíritos e a sua mensagem era
coerente; Dos Estados Unidos para vários países na Europa;
A evolução das técnicas de comunicação com os
espíritos; Finalmente: falar em direto com os espíritos; Os espíritos dão provas porque são pessoas conhecidas ou de
família; A constituição científica de todos os seres humanos como nós;
A morte não existe; As propriedades do perispírito;
As manifestações dos espíritos; Os médiuns videntes; Os espíritos nem são todos bons nem são todos sábios;
2. Quem fundou o Espiritismo
foram os espíritos, que são almas dos homens:
O Espiritismo: a verdade comprovada pelos fatos; Os efeitos do Espiritismo; O Espiritismo não é uma religião;
3. Resumo do Ensinamento dos Espíritos:
Deus; O espírito; O livre arbítrio e o Mal; A encarnação;
A evolução do espírito; Os espíritos são imortais − a vida normal é passageira; A pluralidade dos mundos habitados; Não
existem as penas eternas – a evolução será completa e igual para todos; O esquecimento das vidas anteriores; A lógica da Criação confirma-se a si própria; O fim das existências corpóreas e ajuda para todos na evolução;
Normas derivadas do ensinamento dos Espíritos;
4. Sem Caridade não há Salvação.
_______________________________________________________________________________________
1.
Resumo
histórico do Espiritismo:
O início das comunicações organizadas com os
espíritos:
Por volta de 1848, começou a
prestar-se atenção nos Estados Unidos da América a certos fenômenos estranhos,
ruídos, pancadas e movimento de objetos sem causa conhecida.
Esses fenômenos sucediam com freqüência de modo espontâneo, com uma intensidade e uma persistência singulares; notou-se também que se produziam especialmente sob influência de certas pessoas designadas como “médiuns”, que podiam provocá-los à sua vontade, ou seja, podiam repetir as experiências.
Foram usadas para isso mesas; não por serem objetos mais práticos do que outros, mas unicamente porque é o móvel mais cômodo para alguém se sentar à sua volta.
Obteve-se, dessa maneira, a rotação das mesas, depois movimentos em todos os sentidos, sobressaltos, quedas, levantamentos, pancadas com violência, etc.
Esses fenômenos sucediam com freqüência de modo espontâneo, com uma intensidade e uma persistência singulares; notou-se também que se produziam especialmente sob influência de certas pessoas designadas como “médiuns”, que podiam provocá-los à sua vontade, ou seja, podiam repetir as experiências.
Foram usadas para isso mesas; não por serem objetos mais práticos do que outros, mas unicamente porque é o móvel mais cômodo para alguém se sentar à sua volta.
Obteve-se, dessa maneira, a rotação das mesas, depois movimentos em todos os sentidos, sobressaltos, quedas, levantamentos, pancadas com violência, etc.
Foi o fenômeno designado
a princípio, como das “mesas girantes” ou “dança das mesas”: até aí o fenômeno podia perfeitamente explicar-se
por razões eletromagnéticas, ou pela ação de um fluido desconhecido, e essa foi
mesmo a opinião que se formou.
Não tardou, porém a reconhecer-se nesses fenômenos a categoria de efeitos inteligentes.
Isso porque o movimento obedecia ao que era solicitado; a mesa movia-se para a direita ou para a esquerda em direção à pessoa designada e, uma das pernas da mesa levantava-se podendo dar o número certo de pancadas no chão, a compasso, etc., tudo conforme fosse pedido.
Não tardou, porém a reconhecer-se nesses fenômenos a categoria de efeitos inteligentes.
Isso porque o movimento obedecia ao que era solicitado; a mesa movia-se para a direita ou para a esquerda em direção à pessoa designada e, uma das pernas da mesa levantava-se podendo dar o número certo de pancadas no chão, a compasso, etc., tudo conforme fosse pedido.
As mesas falavam porque eram controladas por seres
inteligentes:
Desde então tornou-se evidente que a causa não era
puramente física e, de acordo o axioma de que: “Se todo o efeito tem uma causa, todo o efeito inteligente deve
ter uma causa inteligente”.
A conclusão que se tirou foi de que o fenômeno deveria ser provocado por uma vontade inteligente.
Qual era a natureza dessa inteligência?
O primeiro pensamento foi que isso poderia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência logo demonstrou ser impossível; os resultados obtidos eram completamente alheios ao pensamento e aos conhecimentos das pessoas presentes, e mesmo contrários às suas ideias, à sua vontade e ao seu desejo.
A conclusão que se tirou foi de que o fenômeno deveria ser provocado por uma vontade inteligente.
Qual era a natureza dessa inteligência?
O primeiro pensamento foi que isso poderia ser um reflexo da inteligência do médium ou dos assistentes, mas a experiência logo demonstrou ser impossível; os resultados obtidos eram completamente alheios ao pensamento e aos conhecimentos das pessoas presentes, e mesmo contrários às suas ideias, à sua vontade e ao seu desejo.
A origem da ação inteligente não podia pertencer senão a um ser invisível:
O meio para averiguar isso era muito simples: Era
necessário entrar em conversação com o ser que provocava os efeitos
observados, o que se fez por meio de pancadas da
perna da mesa.
De acordo com o número combinado, as pancadas significariam um Sim ou um Não a certas perguntas, ou ajudariam a designar certas letras do alfabeto para com elas formar palavras. Inventou-se assim uma forma de fazer perguntas e de obter respostas do ser que provocava os fenômenos.
De acordo com o número combinado, as pancadas significariam um Sim ou um Não a certas perguntas, ou ajudariam a designar certas letras do alfabeto para com elas formar palavras. Inventou-se assim uma forma de fazer perguntas e de obter respostas do ser que provocava os fenômenos.
Os seres inteligentes eram os espíritos e a sua
mensagem era coerente:
A partir desse momento as mesas deixaram de ser
“dançantes” ou “girantes” e passaram a chamar-se Mesas Falantes porque comunicavam deliberadamente
mensagens.
Os seres que comunicavam tais mensagens, interrogados sobre a sua natureza, declararam ser Espíritos e pertencerem a um mundo invisível.
Tendo-se repetido os mesmos efeitos em grande número de localidades, por intermédio de pessoas diferentes e testemunhadas, por pessoas sérias e esclarecidas, tornou-se impossível aceitar que todos fossem vítimas de ilusão.
Os seres que comunicavam tais mensagens, interrogados sobre a sua natureza, declararam ser Espíritos e pertencerem a um mundo invisível.
Tendo-se repetido os mesmos efeitos em grande número de localidades, por intermédio de pessoas diferentes e testemunhadas, por pessoas sérias e esclarecidas, tornou-se impossível aceitar que todos fossem vítimas de ilusão.
Dos Estados Unidos para vários países na Europa:
Da América, o fenômeno passou para a França e para
o resto da Europa onde, durante alguns anos, as mesas girantes e falantes
estiveram em moda nos salões onde se buscava entretenimento.
Deixando de ser novidade, foram postas de lado em
benefício de novas distrações.
O fenômeno não tardou a assumir um novo aspeto, deixando de ser uma mera curiosidade.
O fenômeno não tardou a assumir um novo aspeto, deixando de ser uma mera curiosidade.
Dado que a brevidade deste resumo não nos permite
descrever todas as fases desse processo, passamos a descrever quais os aspetos
que passaram a atrair, sobretudo, a atenção
dos mais sérios interessados.
Digamos à partida e de passagem que a realidade do fenômeno encontrou numerosos contraditores; alguns, sem levarem em conta o desprendimento material e a honradez dos experimentadores, não viram nele senão malabarismo hábil e passes de ilusionismo.
Aqueles que nada admitem para além da matéria, que não acreditam senão no mundo visível, que pensam que tudo morre com o corpo, os materialistas, numa palavra: aqueles que, por se sentirem “espíritos fortes”, imunes a patranhas (=mentira manifesta; história ou narração mentirosa), rejeitam a existência dos espíritos invisíveis que arrumam na classe de fábulas absurdas; classificaram de loucos aqueles que levavam essas experiências a sério e tentaram acabrunhá-los com sarcasmos e troça.
Outros, não podendo negar os fatos, e sob o império de uma certa ordem de ideias, atribuíram esses fenômenos à influência exclusiva do diabo e procuraram, por esse meio, atemorizar os tímidos.
Atualmente o medo do diabo perdeu o estatuto que possuía; tanto dele se falou, foi pintado de tão variadas formas que se trivializou, tendo muita gente ficado com a ideia que talvez não fosse pior ideia acabar por conhecê-lo para ver como de fato é.
O resultado disso é que, à parte um pequeno grupo de mulheres receosas, o anúncio de chegada do verdadeiro diabo não deixava de causar sensação junto dos que apenas o tinham visto pintado na tela ou às piruetas no palco.
Tornou-se por isso um atrativo que pregou uma partida aos que quiseram servir-se dele para colocar uma barreira frente a novas ideias, tendo acabado de desempenhar, contra vontade, o papel de eficazes denunciadores dos disparates de que foram inventores.
Os outros críticos não tiveram maior sucesso, porque perante os fatos concretos e os raciocínios categóricos, não puderam opor senão desmentidos.
Lede o que publicaram e por toda parte encontrareis a prova da ignorância e da falta de observação séria dos fatos, jamais tendo conseguido demonstrar a sua impossibilidade.
Tudo o que afirmaram se resumia a dizer que “não acredito, por isso, nada existe”; “todos os que acreditam são parvos (=pessoa de caráter ingênuo; tolo)”; “só nós é que temos o privilégio da razão e do bom-senso”.
O número dos adeptos produzidos pela crítica séria ou brincalhona é incalculável, porque por todo o lado não se encontram senão opiniões pessoais vazias de provas de impossibilidade. Prossigamos, pois, com a nossa apresentação.
Digamos à partida e de passagem que a realidade do fenômeno encontrou numerosos contraditores; alguns, sem levarem em conta o desprendimento material e a honradez dos experimentadores, não viram nele senão malabarismo hábil e passes de ilusionismo.
Aqueles que nada admitem para além da matéria, que não acreditam senão no mundo visível, que pensam que tudo morre com o corpo, os materialistas, numa palavra: aqueles que, por se sentirem “espíritos fortes”, imunes a patranhas (=mentira manifesta; história ou narração mentirosa), rejeitam a existência dos espíritos invisíveis que arrumam na classe de fábulas absurdas; classificaram de loucos aqueles que levavam essas experiências a sério e tentaram acabrunhá-los com sarcasmos e troça.
Outros, não podendo negar os fatos, e sob o império de uma certa ordem de ideias, atribuíram esses fenômenos à influência exclusiva do diabo e procuraram, por esse meio, atemorizar os tímidos.
Atualmente o medo do diabo perdeu o estatuto que possuía; tanto dele se falou, foi pintado de tão variadas formas que se trivializou, tendo muita gente ficado com a ideia que talvez não fosse pior ideia acabar por conhecê-lo para ver como de fato é.
O resultado disso é que, à parte um pequeno grupo de mulheres receosas, o anúncio de chegada do verdadeiro diabo não deixava de causar sensação junto dos que apenas o tinham visto pintado na tela ou às piruetas no palco.
Tornou-se por isso um atrativo que pregou uma partida aos que quiseram servir-se dele para colocar uma barreira frente a novas ideias, tendo acabado de desempenhar, contra vontade, o papel de eficazes denunciadores dos disparates de que foram inventores.
Os outros críticos não tiveram maior sucesso, porque perante os fatos concretos e os raciocínios categóricos, não puderam opor senão desmentidos.
Lede o que publicaram e por toda parte encontrareis a prova da ignorância e da falta de observação séria dos fatos, jamais tendo conseguido demonstrar a sua impossibilidade.
Tudo o que afirmaram se resumia a dizer que “não acredito, por isso, nada existe”; “todos os que acreditam são parvos (=pessoa de caráter ingênuo; tolo)”; “só nós é que temos o privilégio da razão e do bom-senso”.
O número dos adeptos produzidos pela crítica séria ou brincalhona é incalculável, porque por todo o lado não se encontram senão opiniões pessoais vazias de provas de impossibilidade. Prossigamos, pois, com a nossa apresentação.
A evolução das técnicas de comunicação com os
espíritos:
As comunicações por pancadas eram lentas e
incompletas; verificou-se que adaptando-se um lápis a um objeto móvel: cesta,
prancheta ou outro qualquer que se segurasse com os dedos, esse objeto punha-se
em movimento e desenhava letras.
Mais tarde concluiu-se também que tais utensílios eram dispensáveis, demonstrando a prática que o espírito podia atuar diretamente por intermédio dos membros do médium, que escrevia a mensagem pela sua própria mão. Isso deu origem aos médiuns de escrita, isto é, pessoas que escrevem involuntariamente sob a influência dos espíritos, de quem se tornam instrumentos ou intérpretes.
Mais tarde concluiu-se também que tais utensílios eram dispensáveis, demonstrando a prática que o espírito podia atuar diretamente por intermédio dos membros do médium, que escrevia a mensagem pela sua própria mão. Isso deu origem aos médiuns de escrita, isto é, pessoas que escrevem involuntariamente sob a influência dos espíritos, de quem se tornam instrumentos ou intérpretes.
Finalmente: falar em direto com os espíritos:
A partir daí as comunicações tornaram-se mais
fáceis e a troca de pensamentos pôde começar a fazer-se como entre pessoas
vivas, com rapidez e fluência. Foi um vasto campo que se abriu à exploração e
descoberta de um mundo novo: o mundo dos invisíveis, da mesma forma que o
microscópio tinha revelado o mundo das coisas ínfimas.
O que são esses espíritos? Que papel desempenham no universo? Com que propósito comunicam com os mortais? Eram essas as primeiras perguntas que seria necessário esclarecer.
O que são esses espíritos? Que papel desempenham no universo? Com que propósito comunicam com os mortais? Eram essas as primeiras perguntas que seria necessário esclarecer.
Em breve se soube, por
eles mesmo, que não eram seres à parte na criação, mas sim as próprias almas
dos que tinham vivido sobre a terra ou noutros mundos; almas que, libertas do
seu veículo, ou envoltório corporal , povoavam e percorriam ainda o espaço.
Os espíritos dão provas porque são pessoas
conhecidas ou de família:
Deixou de poder duvidar-se da proximidade dos
espíritos quando, dentre as várias entidades contatadas, foi possível
reconhecer amigos e familiares; quando estes mesmo vieram dar provas de
existirem, demonstrando:
− que neles apenas haviam falecido os corpos;
− que os espíritos continuavam vivos, que estavam ali junto de nós, observando-nos e vendo-nos como quando viviam ainda materialmente, rodeando de atenções os seus entes queridos cuja recordação continuava a ser para eles a mais doce satisfação.
− que os espíritos continuavam vivos, que estavam ali junto de nós, observando-nos e vendo-nos como quando viviam ainda materialmente, rodeando de atenções os seus entes queridos cuja recordação continuava a ser para eles a mais doce satisfação.
A constituição científica de todos os seres humanos
como nós:
Tem-se
geralmente dos espíritos uma ideia completamente falsa. Não são, como é vulgar
imaginá-los, seres abstratos, vagos e indefinidos, nada que se pareça com uma
mancha luminosa ou uma centelha. Pelo contrário são seres bem reais,
individualizados e com formas definidas. Pode-se ter uma ideia aproximada a seu
respeito da seguinte maneira:
As pessoas enquanto
materialmente vivas são constituídas por três elementos essenciais:
1º − A alma ou espírito, princípio inteligente
no qual reside o pensamento, a vontade e o sentido moral;
2º − O corpo, parcela, ou invólucro material, pesado e comparativamente grosseiro, que serve para que o espírito se relacione dom o mundo exterior;
3º − O perispírito, parcela ou invólucro fluídico, muito leve, que serve de elemento de ligação e intermediário entre o espírito e o corpo.
2º − O corpo, parcela, ou invólucro material, pesado e comparativamente grosseiro, que serve para que o espírito se relacione dom o mundo exterior;
3º − O perispírito, parcela ou invólucro fluídico, muito leve, que serve de elemento de ligação e intermediário entre o espírito e o corpo.
A morte não existe:
Quando a parcela ou invólucro material, o corpo, se
gasta e deixa de funcionar, o espírito desembaraça-se dele como fruto da casca
ou como quem despe um fato já usado.
A morte não é senão a destruição desse elemento relativamente grosseiro, se comparado com o espírito e que lhe serve de veículo durante a vida terrena.
Durante toda essa vida o espírito está constrangido às limitações da matéria à qual é transitoriamente associado e que condiciona parte significativa das suas faculdades.
A morte do corpo liberta-o desse constrangimento, do qual se vê livre recuperando a liberdade natural que lhe é própria, tal borboleta que se desprende da crisálida.
Mas, não se liberta senão do corpo material, mantendo a seu serviço e levando consigo para o mundo espiritual o já falado perispírito, que passa a ser o seu corpo etéreo e vaporoso, cuja imponderabilidade conserva o aspeto humano, sua forma-tipo.
A morte não é senão a destruição desse elemento relativamente grosseiro, se comparado com o espírito e que lhe serve de veículo durante a vida terrena.
Durante toda essa vida o espírito está constrangido às limitações da matéria à qual é transitoriamente associado e que condiciona parte significativa das suas faculdades.
A morte do corpo liberta-o desse constrangimento, do qual se vê livre recuperando a liberdade natural que lhe é própria, tal borboleta que se desprende da crisálida.
Mas, não se liberta senão do corpo material, mantendo a seu serviço e levando consigo para o mundo espiritual o já falado perispírito, que passa a ser o seu corpo etéreo e vaporoso, cuja imponderabilidade conserva o aspeto humano, sua forma-tipo.
As propriedades do perispírito:
No seu estado normal o perispírito é invisível para
nós, podendo o espírito imprimir-lhe modificações que o tornam momentaneamente
acessível à vista e ao tato, como se passa com o vapor condensado. É sob essa
forma que pode revelar-se-nos em aparições.
Com a ajuda do perispírito, o espírito pode atuar sobre a matéria, produzindo ruídos, movimentando objetos e provocando atos de escrita.
Com a ajuda do perispírito, o espírito pode atuar sobre a matéria, produzindo ruídos, movimentando objetos e provocando atos de escrita.
As manifestações dos espíritos:
Certos ruídos e movimentação de objetos são meios
de que os espíritos se servem para dar provas da sua presença e chamarem a
atenção, da mesma forma que fazemos para revelar a nossa presença.
Em certos casos não se limitam a ruídos moderados,
indo ao ponto de simular grande barulheira de louça partindo-se, portas abrindo
e fechando-se, ou móveis que caiem ao chão.
Pelas pancadas e movimentos combinados puderam começar a revelar os seus pensamentos, oferecendo-lhes a escrita um processo mais rápido e cômodo. Foi esse o que preferiram.
Pelas pancadas e movimentos combinados puderam começar a revelar os seus pensamentos, oferecendo-lhes a escrita um processo mais rápido e cômodo. Foi esse o que preferiram.
Do mesmo modo que puderam traçar letras passaram a
guiar as mãos executando desenhos, compondo música, e tangendo instrumentos
musicais. Numa palavra, não dispondo já de corpo ativo, serviram-se do corpo
dos médiuns para se manifestar aos homens de forma perceptível.
Há ainda outras formas pelas quais se podem manifestar os espíritos, entre outras pela vista e pela audição. Certas pessoas, chamadas médiuns auditivos têm a faculdade de ouvir, e podem por isso conversar com eles.
Há ainda outras formas pelas quais se podem manifestar os espíritos, entre outras pela vista e pela audição. Certas pessoas, chamadas médiuns auditivos têm a faculdade de ouvir, e podem por isso conversar com eles.
Os médiuns videntes:
Outras pessoas podem ver os espíritos, são os médiuns videntes.
Os espíritos que se manifestam dessa forma
apresentam-se geralmente de forma análoga àquela que tinham em vida, embora
vaporosa.
Certas vezes, porém, esse aspeto reproduz exatamente um ser vivo, ao ponto de provocar a ilusão completa das pessoas em carne e osso com as quais foi possível conversar e apertar a mão, sem reparar que se tratava de espíritos, senão no momento da sua desaparição súbita.
A visão permanente e geral dos espíritos é raríssima, mas as aparições individuais freqüentes, sobretudo no momento da morte.
Certas vezes, porém, esse aspeto reproduz exatamente um ser vivo, ao ponto de provocar a ilusão completa das pessoas em carne e osso com as quais foi possível conversar e apertar a mão, sem reparar que se tratava de espíritos, senão no momento da sua desaparição súbita.
A visão permanente e geral dos espíritos é raríssima, mas as aparições individuais freqüentes, sobretudo no momento da morte.
Os espíritos que se libertam da vida material
parece terem urgência de ver os seus familiares e amigos, como para avisá-los
de que deixaram a terra e que continuam vivos.
(NT.: ter em atenção o fenômeno das “visões no leito de morte” estudado e recenseado por especialistas de diversas áreas, mesmo sem ser espíritas).
Se as pessoas em geral fizerem um inventário de recordações ver-se-á ao certo qual o número de fatos deste gênero a que não se deu atenção e que sucederam não apenas de noite, durante o sono, mas em pleno dia no estado mais completo de vigília. Outrora entendiam-se tais fenômenos como sobrenaturais e maravilhosos, e atribuíam-se à magia ou à feitiçaria.
(NT.: ter em atenção o fenômeno das “visões no leito de morte” estudado e recenseado por especialistas de diversas áreas, mesmo sem ser espíritas).
Se as pessoas em geral fizerem um inventário de recordações ver-se-á ao certo qual o número de fatos deste gênero a que não se deu atenção e que sucederam não apenas de noite, durante o sono, mas em pleno dia no estado mais completo de vigília. Outrora entendiam-se tais fenômenos como sobrenaturais e maravilhosos, e atribuíam-se à magia ou à feitiçaria.
Os incrédulos levam-nos à conta de imaginários, mas,
desde a altura que a ciência espírita esclareceu as suas causas, sabemos como
se produzem e que são acontecimentos da ordem dos fenômenos naturais.
Os espíritos nem são todos bons, nem são todos
sábios:
Acreditou-se, além disso, que os espíritos, pela
simples razão de o serem, dominariam toda a ciência e toda a sabedoria. É um
erro que a experiência não tardou a revelar.
Dentre as comunicações dos espíritos há as que têm
uma sublime profundidade, eloqüência, sabedoria, moral e que não respiram senão
bondade e benevolência.
Paralelamente há as que mostram vulgaridade,
ligeireza, trivialidade e mesmo grosseria, revelando que o espírito comunicante
revela instintos os mais perversos.
É evidente que esta diversidade de comunicações não
deriva das mesmas fontes e que tanto existem espíritos bons, como espíritos
maus.
Os espíritos, que não passam de almas humanas, não podem tornar-se perfeitos no momento em que deixam o corpo físico. Até que se não dê a sua evolução, conservam todas as imperfeições da vida corporal.
Os espíritos, que não passam de almas humanas, não podem tornar-se perfeitos no momento em que deixam o corpo físico. Até que se não dê a sua evolução, conservam todas as imperfeições da vida corporal.
É por esse motivo que existem espíritos de todos os
graus de bondade e de maldade, de sabedoria e de ignorância.
2.
Quem fundou
o espiritismo foram os espíritos, que são almas dos homens:
Os espíritos comunicam com as pessoas deste mundo
com prazer, sendo para eles uma satisfação ver que não foram esquecidos.
Descrevem com boa vontade as suas impressões a respeito da partida para o mundo
espiritual e da sua nova situação, a natureza das suas alegrias e dos seus
sofrimentos no mundo em que se encontram.
Uns são muito felizes, outros infelizes, alguns passam mesmo por tormentos horríveis, segundo a maneira como viveram e de acordo com o bom ou mau emprego, útil ou inútil, que fizeram da sua vida. Observando-os em todas as fases da sua nova existência, de acordo com as posições que ocuparam na terra, o gênero de morte pelo que passaram, os seus caracteres e hábitos enquanto homens chega-se a um conhecimento, senão completo, pelo menos bastante exato do mundo espiritual, o que nos permite avaliar as nossas futuras condições e pressentir que sorte nos espera, feliz ou infeliz.
As instruções dadas por espíritos de ordem elevada a respeito dos assuntos que interessam à humanidade, as respostas que deram às perguntas que lhe foram apresentadas, tendo sido recolhidas e coordenadas com cuidado, constituem toda a ciência, toda a doutrina moral e filosófica que tem o nome de Espiritismo.
Uns são muito felizes, outros infelizes, alguns passam mesmo por tormentos horríveis, segundo a maneira como viveram e de acordo com o bom ou mau emprego, útil ou inútil, que fizeram da sua vida. Observando-os em todas as fases da sua nova existência, de acordo com as posições que ocuparam na terra, o gênero de morte pelo que passaram, os seus caracteres e hábitos enquanto homens chega-se a um conhecimento, senão completo, pelo menos bastante exato do mundo espiritual, o que nos permite avaliar as nossas futuras condições e pressentir que sorte nos espera, feliz ou infeliz.
As instruções dadas por espíritos de ordem elevada a respeito dos assuntos que interessam à humanidade, as respostas que deram às perguntas que lhe foram apresentadas, tendo sido recolhidas e coordenadas com cuidado, constituem toda a ciência, toda a doutrina moral e filosófica que tem o nome de Espiritismo.
O Espiritismo é, pois a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações
e o ensinamento dos espíritos:
Essa doutrina encontra-se exposta de maneira
completa em:
− “O
Livro dos Espíritos” nos seus aspetos filosóficos;
− “O Livro dos Médiuns” nos aspetos da sua prática experimental;
− “O Evangelho segundo o Espiritismo” nos seus aspetos morais;
− “O Livro dos Médiuns” nos aspetos da sua prática experimental;
− “O Evangelho segundo o Espiritismo” nos seus aspetos morais;
(Nota do tradutor: ao tempo da publicação desta pequena
obra, em 1862, não estavam ainda publicados os restantes livros da codificação
espírita, a saber: “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”,
bem como “Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo, Viagem
de 1862; A Obsessão; Revista Espírita, em 12 volumes).
Podemos ajuizar, pela análise que fornecemos conjuntamente dessas obras da variedade, da extensão e da importância das matérias que a doutrina referida abarca.
Tal como foi dito acima o Espiritismo teve o seu início no fenômeno vulgar das mesas girantes, que falava mais aos olhos que à inteligência e estimulava mais a curiosidade que o sentimento.
Uma vez esgotada a novidade, no caso de nada se ter compreendido, o interesse morria.
Podemos ajuizar, pela análise que fornecemos conjuntamente dessas obras da variedade, da extensão e da importância das matérias que a doutrina referida abarca.
Tal como foi dito acima o Espiritismo teve o seu início no fenômeno vulgar das mesas girantes, que falava mais aos olhos que à inteligência e estimulava mais a curiosidade que o sentimento.
Uma vez esgotada a novidade, no caso de nada se ter compreendido, o interesse morria.
Esse panorama mudou por
completo quando foram tiradas as devidas conclusões a respeito dos fatos e se
atingiram as causas respectivas.
Sobretudo quando se concluiu que essas “mesas
girantes”, que tinham servido serões de divertimento, tinham a capacidade de
produzir uma doutrina moral dirigida às almas;
− dissipando a dúvida angustiante da origem e do
futuro das nossas vidas;
− e preenchendo o enorme vazio provocado pela falta de esclarecimento sobre o destino da humanidade; as pessoas sérias receberam de braços abertos o benefício dessa nova doutrina que, desde logo, longe de declinar, se viu progredir na sociedade com incrível rapidez. (…)
− e preenchendo o enorme vazio provocado pela falta de esclarecimento sobre o destino da humanidade; as pessoas sérias receberam de braços abertos o benefício dessa nova doutrina que, desde logo, longe de declinar, se viu progredir na sociedade com incrível rapidez. (…)
O Espiritismo, contudo, não é uma descoberta
moderna.
Os fatos e os princípios sobre os quais se apóia
perdem-se na noite dos tempos, encontrando-se os seus vestígios nas crenças de
todos os povos, em todas as religiões e na maior parte dos escritores dos
textos sagrados e profanos.
Somente os fatos, incompletamente observados foram freqüentemente
interpretados de acordo com as superstições da ignorância, e deles não se
tinham retirado as respectivas conclusões.
Com efeito, o Espiritismo fundou-se na existência dos espíritos, que eram exatamente as almas dos homens.
Desde que há homens, há espíritos; o Espiritismo nem os descobriu nem os inventou.
Se as almas, ou espíritos podem manifestar-se aos vivos é porque isso está na própria natureza e é por isso que tais manifestações se verificaram desde sempre.
Por esse fato, são de todos os tempos e de todos os lugares as provas de tais manifestações, especialmente abundantes, sobretudo nos textos bíblicos.
Com efeito, o Espiritismo fundou-se na existência dos espíritos, que eram exatamente as almas dos homens.
Desde que há homens, há espíritos; o Espiritismo nem os descobriu nem os inventou.
Se as almas, ou espíritos podem manifestar-se aos vivos é porque isso está na própria natureza e é por isso que tais manifestações se verificaram desde sempre.
Por esse fato, são de todos os tempos e de todos os lugares as provas de tais manifestações, especialmente abundantes, sobretudo nos textos bíblicos.
O Espiritismo: a verdade comprovada pelos fatos:
O que é moderno é a explicação lógica dos fatos, o
conhecimento mais completo da natureza dos espíritos, do seu papel e das suas
formas de agir, da revelação do nosso estado futuro, enfim, da constituição de
um corpo científico e doutrinário e suas aplicações.
Os antigos conheciam os princípios e os modernos conhecem os detalhes.
Na antiguidade o estudo destes fenômenos era privilégio de certas castas que não os revelavam senão aos iniciados em tais mistérios.
Os antigos conheciam os princípios e os modernos conhecem os detalhes.
Na antiguidade o estudo destes fenômenos era privilégio de certas castas que não os revelavam senão aos iniciados em tais mistérios.
Na Idade Média aqueles que se dedicavam
ostensivamente a tais estudos eram olhados como feiticeiros e eram queimados
nas fogueiras.
Hoje não há mistérios para ninguém, já não se mandam pessoas para as fogueiras. Tudo se passa às claras e todos têm o direito de aprender e de fazer experiências, porque os médiuns abundam.
A própria doutrina que é hoje ensinada pelos espíritos nada tem de novo.
Hoje não há mistérios para ninguém, já não se mandam pessoas para as fogueiras. Tudo se passa às claras e todos têm o direito de aprender e de fazer experiências, porque os médiuns abundam.
A própria doutrina que é hoje ensinada pelos espíritos nada tem de novo.
Encontra-se fragmentada pela maior parte dos
filósofos da Índia, do Egito e da Grécia, e por inteiro nos ensinamentos do
Cristo.
Os efeitos do Espiritismo:
A que vem agora o Espiritismo?
Vem confirmar novos testemunhos, demonstrados pelos fatos verdades desconhecidas ou mal compreendidas e colocar no seu devido lugar ideias que têm sido mal interpretadas.
O Espiritismo não ensina nada de novo, é certo. Mas é muito importante provar de modo claro e inegável a existência da alma, a sobrevivência e a conservação da individualidade depois da morte, a imortalidade, as penas e recompensas futuras!…
Imensa gente acredita nessas coisas, mas com uma vaga reserva de incerteza, dizendo de si para consigo: “Se calhar, as coisas não são bem assim!” Muitos terão sido levados à incredulidade por lhes ter sido apresentado o futuro de maneira que não podiam conceber racionalmente.
Para o crente duvidoso é fundamental poder dizer para si próprio de uma vez por todas:
Vem confirmar novos testemunhos, demonstrados pelos fatos verdades desconhecidas ou mal compreendidas e colocar no seu devido lugar ideias que têm sido mal interpretadas.
O Espiritismo não ensina nada de novo, é certo. Mas é muito importante provar de modo claro e inegável a existência da alma, a sobrevivência e a conservação da individualidade depois da morte, a imortalidade, as penas e recompensas futuras!…
Imensa gente acredita nessas coisas, mas com uma vaga reserva de incerteza, dizendo de si para consigo: “Se calhar, as coisas não são bem assim!” Muitos terão sido levados à incredulidade por lhes ter sido apresentado o futuro de maneira que não podiam conceber racionalmente.
Para o crente duvidoso é fundamental poder dizer para si próprio de uma vez por todas:
“Agora, tenho a certeza!” Tanto como para o cego é
fundamental poder ver claramente de novo.
Pelos fatos e pela sua lógica o Espiritismo vem:
− Dissipar a ansiedade da dúvida e trazer à fé
aqueles que dela se tinham afastado;
− Revelando-nos a existência do mundo invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos sem disso fazer a mínima ideia, dá-nos a conhecer, pelo exemplo daqueles que deixaram de viver, as condições que nos cabem da felicidade ou da infelicidade que nos espera.
− Explica-nos a causa dos nossos sofrimentos na vida terrena e os meios que de que dispomos para aliviá-los.
− Revelando-nos a existência do mundo invisível que nos rodeia, e no meio do qual vivemos sem disso fazer a mínima ideia, dá-nos a conhecer, pelo exemplo daqueles que deixaram de viver, as condições que nos cabem da felicidade ou da infelicidade que nos espera.
− Explica-nos a causa dos nossos sofrimentos na vida terrena e os meios que de que dispomos para aliviá-los.
A propagação do Espiritismo terá como conseqüência
inevitável a destruição das doutrinas materialistas que não podem resistir à
evidência dos fatos.
O homem, convencido da grandeza e da importância da sua existência futura, que é eterna, compara-a a incerteza da vida terrestre, que é tão curta, e eleva-se pelo pensamento acima das questiúnculas humanas.
Conhecendo a causa e o propósito das suas misérias, suporta-as com paciência e resignação, porque sabe que são um meio para alcançar um estado de melhor evolução.
O exemplo daqueles que vêm de além-túmulo descrever o seu júbilo e as suas dores, como provas da vida futura, prova de igual modo que nenhum vício fica impune e nenhuma virtude fica sem recompensa.
Acrescentemos enfim que as comunicações com os entes queridos que nos deixaram são causa da doce consolação de que eles existem, e que mais próximos deles nos encontramos que se – estando vivos – tivessem ido morar para qualquer país estrangeiro.
O homem, convencido da grandeza e da importância da sua existência futura, que é eterna, compara-a a incerteza da vida terrestre, que é tão curta, e eleva-se pelo pensamento acima das questiúnculas humanas.
Conhecendo a causa e o propósito das suas misérias, suporta-as com paciência e resignação, porque sabe que são um meio para alcançar um estado de melhor evolução.
O exemplo daqueles que vêm de além-túmulo descrever o seu júbilo e as suas dores, como provas da vida futura, prova de igual modo que nenhum vício fica impune e nenhuma virtude fica sem recompensa.
Acrescentemos enfim que as comunicações com os entes queridos que nos deixaram são causa da doce consolação de que eles existem, e que mais próximos deles nos encontramos que se – estando vivos – tivessem ido morar para qualquer país estrangeiro.
Em resumo o Espiritismo abranda
a amargura dos desgostos da vida,
− acalma os desesperos e as agitações da alma,
− dissipa as incertezas e os receios do futuro,
− desencoraja o intuito de encurtar a vida pelo suicídio; por isso mesmo torna felizes aqueles que à vida e ao futuro se entregam; e é esse o grande segredo da sua rápida propagação.
− dissipa as incertezas e os receios do futuro,
− desencoraja o intuito de encurtar a vida pelo suicídio; por isso mesmo torna felizes aqueles que à vida e ao futuro se entregam; e é esse o grande segredo da sua rápida propagação.
Sob o ponto de vista religioso o
Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus,
a alma, a imortalidade, as penas e recompensas futuras, mas é independente de
qualquer espécie de culto.
A sua finalidade é a de provar àqueles que negam ou que duvidam que a alma existe, não só que ela existe como sobrevive ao corpo; que, após a morte, sofre as conseqüências do bem e do mal que tenha feito durante a vida corporal. Isso, é de todas as religiões.
O Espiritismo, como crença nos espíritos é igualmente de todas as religiões e de todos os povos, porque onde há homens há almas e espíritos e de todos os tempos são as manifestações cujos relatos em todas se podem encontrar sem exceção.
Pode ser-se católico, grego ou romano, protestante judeu ou muçulmano, e acreditar-se nas manifestações dos espíritos e, por conseguinte, ser-se espírita; a prova é que o Espiritismo tem aderentes de todas essas correntes religiosas.
Como moral é essencialmente Cristão, porque a moral que ensina é justamente o desenvolvimento e a aplicação da moral de Jesus, a mais pura de todas e cuja superioridade não é contestada por ninguém, o que faz dela a lei de Deus.
A sua finalidade é a de provar àqueles que negam ou que duvidam que a alma existe, não só que ela existe como sobrevive ao corpo; que, após a morte, sofre as conseqüências do bem e do mal que tenha feito durante a vida corporal. Isso, é de todas as religiões.
O Espiritismo, como crença nos espíritos é igualmente de todas as religiões e de todos os povos, porque onde há homens há almas e espíritos e de todos os tempos são as manifestações cujos relatos em todas se podem encontrar sem exceção.
Pode ser-se católico, grego ou romano, protestante judeu ou muçulmano, e acreditar-se nas manifestações dos espíritos e, por conseguinte, ser-se espírita; a prova é que o Espiritismo tem aderentes de todas essas correntes religiosas.
Como moral é essencialmente Cristão, porque a moral que ensina é justamente o desenvolvimento e a aplicação da moral de Jesus, a mais pura de todas e cuja superioridade não é contestada por ninguém, o que faz dela a lei de Deus.
A moral está ao serviço de todos os homens.
O Espiritismo não é uma religião:
O Espiritismo, sendo
independente das formas de culto, não prescreve nenhum; não se
ocupando de dogmas, não é religião, dado
que nem tem padres nem templos. Aos que lhe perguntam se fazem bem em
seguir esta ou aquela prática, responde: “Se acreditais que a vossa consciência
nisso vos empenha, fazei-o”: Deus leva sempre em conta as intenções.
Numa palavra, o Espiritismo não se impõe a ninguém nem se dirige aos que têm fé, e aos que com a fé se satisfazem, mas à categoria numerosa dos inseguros e dos incrédulos; não os tira da Igreja da qual se separaram moralmente no todo ou em parte; obriga-os a fazer três quartas partes do caminho para nela entrar – cabendo-lhe a ela fazer a parte restante da tarefa.
É certo que o Espiritismo combate algumas ideias como a das penas eternas, a do fogo do inferno e da figura do diabo, etc. Algumas destas crenças impostas como indiscutíveis produziram incrédulos ao longo dos séculos, tal como ainda hoje o fazem.
O Espiritismo, dando destes dogmas e de alguns outros uma explicação racional, devolve desse modo a fé aos que a haviam abandonado, prestando à religião um serviço de valor.
Numa palavra, o Espiritismo não se impõe a ninguém nem se dirige aos que têm fé, e aos que com a fé se satisfazem, mas à categoria numerosa dos inseguros e dos incrédulos; não os tira da Igreja da qual se separaram moralmente no todo ou em parte; obriga-os a fazer três quartas partes do caminho para nela entrar – cabendo-lhe a ela fazer a parte restante da tarefa.
É certo que o Espiritismo combate algumas ideias como a das penas eternas, a do fogo do inferno e da figura do diabo, etc. Algumas destas crenças impostas como indiscutíveis produziram incrédulos ao longo dos séculos, tal como ainda hoje o fazem.
O Espiritismo, dando destes dogmas e de alguns outros uma explicação racional, devolve desse modo a fé aos que a haviam abandonado, prestando à religião um serviço de valor.
A esse respeito afirmava um venerando membro do
clero:
“O Espiritismo faz com que se acredite em algo. E é
melhor isso do que não acreditar em nada”.
Sendo os espíritos propriamente almas, não podemos negar uns sem negar as outras.
Admitindo-se a existência das almas e dos espíritos na sua expressão mais simples, a questão que se coloca é esta: as almas daqueles que já morreram podem comunicar com os que ainda estão vivos na carne?
O Espiritismo dá a essa pergunta uma resposta afirmativa baseado em fatos materiais.
Sendo os espíritos propriamente almas, não podemos negar uns sem negar as outras.
Admitindo-se a existência das almas e dos espíritos na sua expressão mais simples, a questão que se coloca é esta: as almas daqueles que já morreram podem comunicar com os que ainda estão vivos na carne?
O Espiritismo dá a essa pergunta uma resposta afirmativa baseado em fatos materiais.
Que provas podem dar-se de que tal não é possível?
Se tais comunicações são um fato, nem todas as negações do mundo podem pô-las em dúvida.
Se tais comunicações são um fato, nem todas as negações do mundo podem pô-las em dúvida.
Essas comunicações não são um sistema ou uma
teoria. São uma lei da natureza, contra a qual a vontade do homem nada pode. De
boa ou de má vontade é preciso aceitar as suas conseqüências, acomodando a ela
crenças e hábitos.
3. Resumo
do Ensinamento dos Espíritos:
Deus:
1. Deus é
a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
Deus é eterno, único, imaterial, imutável, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.
Deve ser infinito em todas as suas perfeições,
porque supondo-se um único de seus atributos imperfeito, já não seria Deus.
2. Deus criou
a matéria que constitui os mundos; criou também seres inteligentes, que
chamamos Espíritos, encarregados de administrarem os mundos materiais segundo
as leis imutáveis da criação, os quais podem ser aperfeiçoados na sua própria
natureza, aproximando-se por isso da divindade.
O espírito:
3. O
espírito propriamente dito é o princípio inteligente. A sua
natureza íntima é-nos desconhecida; para nós é imaterial porque não tem nenhuma
analogia com o que chamamos matéria.
4. Os
Espíritos são seres individuais; tem um envoltório etéreo,
imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico com configuração
semelhante à da forma humana.
Povoam os espaços, que percorrem com a rapidez do
relâmpago e constituem o mundo invisível.
5. A origem e o modo de criação dos Espíritos são
desconhecidos; sabemos apenas que foram criados simples e ignorantes, quer
dizer, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão
para tudo porque Deus, em sua justiça, não poderia isentar uns do trabalho que
tivesse imposto a outros para chegarem à perfeição. Ao princípio estão numa
espécie de infância, sem vontade própria e sem consciência perfeita de sua
existência.
6. Tendo-se desenvolvido o livre arbítrio nos Espíritos ao
mesmo tempo em que as ideias, disse-lhes Deus: “Podeis
todos aspirar à felicidade suprema quando houverdes adquirido os conhecimentos
que vos faltam e cumprida a tarefa que vos imponho. Trabalhai, pois, para o
vosso aperfeiçoamento. O objetivo é este: atingi-lo-eis seguindo as leis
que gravei na vossa consciência.”
O livre arbítrio e o Mal:
Em conseqüência de seu livre arbítrio, uns tomam a estrada mais
curta, que é o do bem, outros a mais longa, que é a do mal.
7. Deus não criou o mal; estabeleceu leis e essas
sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente
seria perfeitamente feliz; mas os Espíritos, tendo seu livre arbítrio, nem
sempre as observaram e o mal resultou, para eles, da sua desobediência.
Pode-se, pois, dizer que o bem é tudo o que está
conforme com a lei de Deus e o mal tudo o que é contrário a essa mesma lei.
A encarnação:
8. Para contribuir, como agentes do poder divino, para a edificação dos mundos
materiais, os Espíritos revestem-se temporariamente de um corpo
material. Pelo trabalho que sua existência corpórea necessita, aperfeiçoam a
sua inteligência e adquirem, observando a lei de Deus, os méritos que devem
conduzi-los à felicidade eterna.
9. A
encarnação não foi imposta ao Espírito, de início, como punição;
ela é necessária ao seu desenvolvimento e à realização das obras de Deus, e
todos devem passar por ela, tomem o caminho do bem ou do mal; somente aqueles
que seguem a rota do bem, avançando mais rapidamente, demoram menos a atingir o
objetivo e alcançam-no em condições menos penosas.
10. Os Espíritos encarnados constituem a
Humanidade, que não é circunscrita à Terra, mas que povoa todos os mundos
disseminados no espaço.
11. A
alma do homem é um Espírito encarnado. Para ajudá-lo no cumprimento da
sua tarefa, Deus deu-lhe como auxiliares, os animais que lhe são submissos e,
cuja inteligência e caráter são proporcionados às suas necessidades.
A evolução do espírito:
12. O aperfeiçoamento do Espírito é fruto do seu
próprio trabalho; não podendo, numa só existência corpórea, adquirir todas as
qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, faz isso por
uma sucessão de existências, em cada uma das quais dá alguns passos em frente
no caminho do progresso.
13. Em cada existência corpórea, o Espírito deve
dedicar-se a uma tarefa proporcional ao seu desenvolvimento; quanto mais rude e
laboriosa for, mais mérito tem em cumpri-la.
Cada existência, assim, é uma prova que o aproxima
do objetivo. O número dessas existências é indeterminado. Depende da vontade do
Espírito encurtar o seu número, trabalhando ativamente pelo seu aperfeiçoamento
moral; do mesmo modo que depende da vontade do obreiro que tem uma tarefa
reduzir o número de dias que leva para cumpri-la.
14. Quando uma existência foi mal empregada não
terá proveito para o Espírito, que deve repeti-la em condições mais ou menos
penosas, em função da sua negligência e da sua má vontade; assim é que, na
vida, pode ser-se constrangido a fazer no dia seguinte, o que não se fez na
véspera, ou a fazer de novo o que se fez mal.
Os espíritos são imortais − a vida normal é passageira:
15. A vida espiritual é a vida normal do Espírito:
é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: não é senão um instante
na eternidade.
16. No intervalo de suas existências corpóreas, o
Espírito é errante. A erraticidade não tem duração determinada; nesse estado, o
Espírito é feliz ou infeliz, segundo o bom ou o mau emprego que fez de sua
última existência; estuda as causas que apressaram ou retardaram o seu
adiantamento; toma as resoluções que procurará pôr em prática na sua próxima
encarnação e escolhe, ele mesmo, as provas que julga mais ajustadas para
progredir: algumas vezes engana-se ou sucumbe, não assumindo como homem as
resoluções que tomou como Espírito.
17. O Espírito culpado é punido por sofrimentos
morais no mundo dos Espíritos e por penas físicas na vida corpórea. As suas
aflições são conseqüência das faltas cometidas, quer dizer, das infrações à lei
de Deus; são por isso, ao mesmo tempo, uma expiação do passado e uma prova para
o futuro; o orgulhoso pode vir a ter uma existência de humilhação, o tirano uma
de servidão e o mau rico uma de miséria.
A pluralidade dos mundos habitados:
18. Há mundos apropriados para diferentes graus de
adiantamento dos Espíritos e onde a existência corpórea se encontra em
condições muito diferentes. Quanto mais atrasado é o Espírito, mais os corpos
que reveste são pesados e espessos; à medida que se purifica, passa para mundos
moral e fisicamente, superiores.
A Terra não é nem dos primeiros nem dos últimos,
mas é do grupo dos mais atrasados.
19. Os Espíritos culpados encarnam nos mundos menos
avançados, onde expiam as suas faltas pelas atribulações da vida material. Esses
mundos são para eles verdadeiros purgatórios, mas depende deles saírem dali,
trabalhando pelo seu adiantamento moral.
A Terra é um desses mundos.
Não existem as penas eternas – a evolução será completa e igual
para todos:
20. Deus, sendo soberanamente justo e bom, não
condena suas criaturas a castigos perpétuos por faltas transitórias;
oferece-lhes permanentemente meios de progredir e de reparar o mal que tenham
podido fazer. Deus perdoa, mas exige o arrependimento, a reparação e o regresso
à prática do bem. A duração do castigo é proporcional à persistência do
Espírito no mal; donde se conclui que o castigo seria eterno para aquele que
permanecesse eternamente no mau caminho. Se a qualquer momento um clarão de
arrependimento entrar no coração do culpado, Deus estende sobre ele a sua
misericórdia. A eternidade das penas deve também ser entendida no sentido
relativo e não no sentido absoluto.
21. Os Espíritos, ao virem à carne, trazem com eles
o que adquiriram nas suas existências anteriores; é a razão pela qual os homens
mostram, instintivamente, aptidões especiais, inclinações boas ou más que
parecem inatas.
As más tendências naturais são os restos das imperfeições do Espírito das quais não está inteiramente despojado; são também os indícios das faltas que cometera anteriormente, que devem ser entendidas como o verdadeiro pecado original.
As más tendências naturais são os restos das imperfeições do Espírito das quais não está inteiramente despojado; são também os indícios das faltas que cometera anteriormente, que devem ser entendidas como o verdadeiro pecado original.
E cada existência deve servir para os homens se
irem lavando de algumas impurezas.
O esquecimento das vidas anteriores:
22. O esquecimento das existências anteriores é um
benefício de Deus que, na sua bondade, quis poupar ao homem, lembranças tantas
vezes penosas. Em cada nova existência, ele é aquilo que fez anteriormente de
si mesmo; um novo ponto de partida para aquele que conhece os seus defeitos
atuais; sabe que esses defeitos são a conseqüência daqueles que tinha antes e
que lhe dá a conhecer o mal que pode ter cometido cometer e isso lhe basta para
trabalhar a fim de se corrigir. Se, tinha outrora defeitos já vencidos, nada
tem a se preocupar com isso; as imperfeições presentes são quanto lhe basta.
23. Se a alma não viveu antes é porque é criada ao
mesmo tempo que o corpo. Supondo isso não pode ter nenhuma relação com as almas
que a precederam. Pergunta-se então como é que Deus, que é soberanamente justo
e bom, pode tê-la feito responsável por culpas do pai do gênero humano, manchando-a
com um pecado original que não cometeu?
Dizendo, pelo contrário, que ela carrega consigo ao nascer o germe das imperfeições de existências anteriores; que ela sofre na existência atual as conseqüências dos erros cometidos antes, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e aceitar, porque a alma só é responsável pelas suas próprias falhas.
Dizendo, pelo contrário, que ela carrega consigo ao nascer o germe das imperfeições de existências anteriores; que ela sofre na existência atual as conseqüências dos erros cometidos antes, dá-se do pecado original uma explicação lógica que todos podem compreender e aceitar, porque a alma só é responsável pelas suas próprias falhas.
A lógica da Criação confirma-se a si própria:
24. A diversidade das aptidões inatas, morais e
intelectuais, é a prova que as almas já tiveram vidas anteriores. Se fossem
criadas ao mesmo tempo que o corpo, seria contrário à bondade de Deus ter feito
umas mais avançadas que as outras. Como explicar a existência dos selvagens e
das pessoas civilizadas, dos bons e dos maus, dos parvos e das pessoas de
espírito?
Essas diferenças só se explicam dizendo que uns
viveram mais do que outros e por isso, mais evoluídos se encontram.
25. Se a existência atual fosse única e
determinasse o futuro da alma para todo o sempre, qual seria o destino das
crianças que morrem na sua infância? Não tendo feito nem o bem nem o mal, não
merecem nem recompensas nem punições. Segundo a palavra do Cristo, sendo cada
um recompensado pelas suas obras, não têm direito à felicidade perfeita dos
anjos, nem merecem ser privados dela. Digamos que poderão, noutra existência,
realizar aquilo que não puderam fazer naquela que foi abreviada, e não há mais exceções.
26. Pelo mesmo motivo, qual seria a sorte dos
cretinos e dos idiotas? Não tendo nenhuma consciência do bem e do mal, não têm
nenhuma responsabilidade pelos seus atos. Teria sido Deus justo e bom se
criasse almas estúpidas para votá-las a uma existência miserável e sem frutos?
Se admitirmos, pelo contrário, que o caso da alma de um cretino ou de um idiota se trata de um espírito em punição, vivendo aprisionado num corpo incapaz de pensar, já não haverá motivo nenhum para pensarmos que algo estará em desarmonia com a justiça de Deus.
Se admitirmos, pelo contrário, que o caso da alma de um cretino ou de um idiota se trata de um espírito em punição, vivendo aprisionado num corpo incapaz de pensar, já não haverá motivo nenhum para pensarmos que algo estará em desarmonia com a justiça de Deus.
O fim das existências corpóreas e ajuda para todos
na evolução:
27. Na sucessão das encarnações, ficando o Espírito
pouco a pouco liberto das suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao
fim das suas existências corpóreas; pertence, então, à ordem dos Espíritos
puros ou dos anjos e goza ao mesmo tempo, da vida completa de Deus e de uma
felicidade sem mácula pela eternidade.
28. Aos homens em expiação sobre a terra, Deus − como um bom
pai − não os deixou entregues a si próprios, sem o amparo de um guia. Em
primeiro lugar têm os seus espíritos protetores ou anjos guardiões, que velam
por eles e se esforçam por conduzi-los ao bom caminho.
Têm ainda os espíritos em missão sobre a terra,
espíritos superiores que encarnam em certas alturas entre eles, para iluminarem
o caminho pelos trabalhos que realizam e fazer avançar a humanidade. Embora
Deus tenha gravado a sua lei na consciência dos homens, entendeu dever
formulá-la de uma forma explícita; enviou-lhes primeiro Moisés, cujas leis
foram apropriadas para os homens do seu tempo. Não lhes falava senão da vida
terrestre, das penas e recompensas temporais. O Cristo veio de seguida
completar a lei de Moisés com ensinamentos mais elevados. A pluralidade das
existências, a vida espiritual, as penas e recompensas morais.
Moisés conduziu os homens pelo temor, O Cristo
conduziu-os pelo amor e pela caridade.
29. O Espiritismo, melhor compreendido atualmente,
associa para os incrédulos as provas à teoria; prova o futuro por meio de fatos
concretos, diz em termos claros e inequívocos aquilo que Jesus disse por
parábolas; explica verdades mal conhecidas ou falsamente interpretadas; revela
a existência do mundo visível, ou dos espíritos, e inicia os homens nos
mistérios da vida futura; vem combater o materialismo que é uma revolta contra
o poder de Deus; vem enfim instaurar entre os homens o reino da caridade
anunciada pelo Cristo.
Moisés lavrou, o Cristo semeou e o Espiritismo vem
fazer a colheita.
30. O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz
resplandecente, porque surgiu por toda a terra por intermédio das palavras
daqueles que já viveram. Tornando claro o que era obscuro, elimina as falsas
interpretações ligando os homens em torno de uma mesma crença, porque não
existe senão um Deus, sendo as leis as mesmas para todos os homens; demarca
enfim a era dos tempos previamente anunciados pelo Cristo e pelos profetas.
31. Os males que afligem os homens sobre a terra
têm por origem o orgulho, o egoísmo e todas as más paixões. Pelo convívio com
os seus vícios os homens tornam-se reciprocamente infelizes e
agridem-se uns aos outros.
A caridade e a humildade devem substituir o egoísmo
e o orgulho, deixando de se causar dano. Respeitarão os direitos de cada um e
farão reinar entre si a concórdia e a justiça.
32. Como destruir o egoísmo e o orgulho que parecem
ser inatos no coração do homem?
O orgulho e o egoísmo estão no coração do homem,
porque os homens são espíritos que seguiram desde o princípio o caminho do mal
e foram exilados na terra para punição dos seus vícios; aí reside ainda o
seu pecado original do qual, muitos ainda não se
libertaram.
Pelo Espiritismo, Deus vem efetuar um último apelo
à pratica da lei ensinada pelo Cristo, a lei do amor e da caridade.
33. Tendo a Terra chegado ao momento marcado para
se tornar estância de felicidade e de paz, Deus não quer que os espíritos
encarnados continuar a trazer distúrbios em prejuízo dos que são bons. É por
isso que devem desaparecer. Irão expiar o seu endurecimento em mundos menos
avançados onde continuarão a trabalhar para a sua evolução numa série de
existências ainda mais infelizes e penosas que na Terra.
Formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida cuja tarefa será de fazer progredir os seres atrasados que ali habitam, com o auxílio dos conhecimentos adquiridos. Não sairão para mundos melhores senão quando tenham o devido mérito, e assim por diante até terem atingido a purificação completa. Se a Terra fora para eles um purgatório, esses mundos serão o seu inferno, um inferno, contudo, de onde a esperança nunca estará ausente.
Formarão nesses mundos uma nova raça mais esclarecida cuja tarefa será de fazer progredir os seres atrasados que ali habitam, com o auxílio dos conhecimentos adquiridos. Não sairão para mundos melhores senão quando tenham o devido mérito, e assim por diante até terem atingido a purificação completa. Se a Terra fora para eles um purgatório, esses mundos serão o seu inferno, um inferno, contudo, de onde a esperança nunca estará ausente.
34. Considerando que a geração proscrita vai
desaparecer rapidamente, uma nova geração aparecerá, cujas crenças estarão
fundadas no Espiritismo cristão. Assistimos à transição que se opera, prelúdio
da renovação moral cuja chegada é marcada pelo Espiritismo.
Normas derivadas dos Ensinamentos dos Espíritos:
35. O objetivo essencial do Espiritismo é o
aperfeiçoamento dos homens. Essencialmente nos domínios do progresso moral e intelectual.
36. O verdadeiro espírita não é aquele que acredita
nas manifestações, e sim o que tira proveito dos ensinamentos dos espíritos. De
nada serve a crença se não servir ao homem para avançar no caminho do progresso
e se não o tornar melhor para o seu próximo.
37. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a
cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme e a maledicência são para a alma as ervas
daninhas que é preciso todos os dias ir desbastando, e que têm por
antídoto: a caridade e a humildade.
38. A crença no Espiritismo não é proveitosa senão
para aqueles de quem possa dizer-se: Vale mais hoje do que valia ontem.
39. A importância que o homem atribui aos bens
temporais está na razão inversa da sua fé no mundo espiritual; é a dúvida a
respeito do futuro que o leva a procurar as alegrias deste mundo, satisfazendo
as suas paixões, nem que seja à custa do próximo.
40. As aflições sobre a terra são os remédios da
alma; tratam-na para o futuro como uma operação cirúrgica salva a vida de um
doente. É a razão pela qual o Cristo disse: “bem aventurados os aflitos, porque
serão consolados.
41. Nas vossas aflições, olhai abaixo de vós e não
acima; pensai naqueles que sofrem ainda mais que vós.
42. O desespero é natural naquele que acredita que
tudo acaba com a vida do corpo; é um contra-senso naquele que tem fé no futuro.
43. O homem é, freqüentemente, o artífice de sua
própria infelicidade neste mundo; pense na fonte dos seus infortúnios e verá
que na sua maior parte são resultado da sua imprevidência, do seu orgulho e da
sua avidez e, por conseguinte das suas infrações às leis de Deus.
44. A prece á um ato de adoração. Orar a Deus é
pensar n’Ele, é aproximar-se d’Ele e colocar-se em comunicação com Ele.
45. Aquele que ora com fervor e confiança fica mais
forte contra as tentações do mal e Deus envia bons espíritos para ajudá-lo. É
um pedido de ajuda que nunca é recusado quando é feito com sinceridade.
46. O essencial não é orar muito, mas orar bem.
Certas pessoas julgam que todo o mérito está no tamanho da prece, enquanto que
ignoram os seus próprios defeitos. A prece é para elas uma ocupação, um
passatempo, mas não um estudo de si mesmas.
47. Aquele que pede a Deus perdão das suas faltas,
não o obtêm senão mudando de conduta.
As boas ações são a melhor das preces, porque os
atos valem mais do que as palavras.
48. A prece é recomendada por todos os bons
Espíritos; ela é, por outro lado, pedida por todos os Espíritos imperfeitos
como um meio de aliviar seus sofrimentos.
49. A prece não pode mudar os decretos da
Providência; mas, vendo que alguém se interessa por eles, os Espíritos
sofredores sentem-se menos abandonados; são menos infelizes; a sua coragem é
reforçada, aumenta o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação
das faltas, e pode desviá-los dos maus pensamentos.
É nesse sentido que ela pode não somente aliviar,
mas abreviar seus sofrimentos.
50. Orai, cada um, segundo suas convicções e da
maneira que acredita a mais conveniente, porque a forma não é nada, o
pensamento é tudo; a sinceridade e pureza de intenção são essenciais; um bom
pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao ruído de um
moinho e de onde o coração está ausente.
51. Deus fez homens fortes e poderosos para serem o
sustentáculo dos fracos; o forte que oprime o fraco é maldito de Deus; freqüentemente,
recebe castigo disso ainda nesta vida, sem prejuízo de possíveis penas futuras.
52. A fortuna é como um depósito em dinheiro de que
o titular não tem mais do que o usufruto temporário. Não o levará para o túmulo
e com toda a certeza terá de prestar contas rigorosas do uso que fez com ele.
53. A fortuna é uma prova mais arriscada do que a
miséria, porque é uma tentação para cometer abusos e excessos.
As pessoas de fortuna têm muito mais dificuldade em
ser moderado do que em ser resignado.
54. O ambicioso que triunfa e o rico que se deleita
com prazeres materiais são mais de lastimar do que de invejar, porque é
necessário olhar às conseqüências. O Espiritismo, pelos exemplos terríveis
daqueles que viveram e que nos vêm falar da sua sorte, revela a verdade destas
palavras do Cristo: “Aqueles que se exalta será humilhado e aquele que se
humilha será exaltado”.
55. A caridade é a lei suprema de Cristo: “Amai-vos
uns aos outros como irmãos, amai o vosso próximo como a vós mesmos, perdoai aos
vossos inimigos; não façais aos outros, o que não quereis que vos façam”, tudo
isso se resume numa palavra: caridade.
56. A caridade não está somente na esmola, porque
há caridade em pensamentos, em palavras e em atos. Aquele é caridoso em pensamentos
porque é indulgente com as faltas do seu próximo; caridoso em palavras porque
nada diz que possa agravar o seu próximo; caridoso em atitudes porque ajuda o
próximo na medida das suas possibilidades.
57. O pobre que reparte o seu pedaço de pão com
alguém ainda mais pobre do que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos
de Deus do que aquele que dá do que lhe é supérfluo sem de nada se privar.
58. Quem quer que alimenta contra o seu próximo
sentimentos de animosidade, ódio, ciúme e rancor não é caridoso, mente se, se
diz cristão e ofende a Deus.
59. Homens de todas as castas, de todas as
ideologias e de todas as cores, todos vós sois irmãos, porque Deus a todos
chama para si; estendei a mão a toda e qualquer pessoa, qualquer que seja a
vossa forma de culto ou a vossa maneira de adorar a Deus e não lanceis
maldições sobre ninguém, porque a maldição é a violação da lei da caridade
proclamada pelo Cristo.
5.
Sem Caridade não há Salvação:
60. Com base no egoísmo os homens estão em luta
perpétua, com base na caridade viverão em paz.
Apenas a caridade, como base das instituições, pode garantir a felicidade aos homens neste mundo; de acordo com as palavras do Cristo apenas a caridade pode garantir a felicidade futura, porque encerra em si mesma todas as virtudes que podem conduzir à perfeição.
Com a verdadeira caridade tal como a ensinou e praticou o Cristo, deixará de haver egoísmo, orgulho, ódio, ciúme e maledicência, além de deixar de haver apego desordenado aos bens materiais deste mundo. É essa a razão pela qual para o Espiritismo cristão tem por lema o seguinte princípio: Fora da Caridade não há Salvação.
Apenas a caridade, como base das instituições, pode garantir a felicidade aos homens neste mundo; de acordo com as palavras do Cristo apenas a caridade pode garantir a felicidade futura, porque encerra em si mesma todas as virtudes que podem conduzir à perfeição.
Com a verdadeira caridade tal como a ensinou e praticou o Cristo, deixará de haver egoísmo, orgulho, ódio, ciúme e maledicência, além de deixar de haver apego desordenado aos bens materiais deste mundo. É essa a razão pela qual para o Espiritismo cristão tem por lema o seguinte princípio: Fora da Caridade não há Salvação.
Os incrédulos podem rir dos espíritos e fazer troça
daqueles que acreditam nas suas manifestações; riam se, se atrevem do princípio
que ele acaba de ensinar e que é a vossa própria salvaguarda, porque se a
caridade desaparecesse da face da Terra os homens matavam-se uns aos outros e
vós seríeis talvez as primeiras vítimas.
Não está longe o tempo em que esta regra, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma garantia protetora e um título de confiança em todos aqueles que a trouxerem gravada no seu coração.
Um Espírito disse: “Troçaram das mesas girantes; não se troçará jamais da filosofia e da moral que delas derivaram”.
Já estamos longe desses primeiros fenômenos que serviram de distração passageira do ócio e da curiosidade. Essa moral é antiquada, dizem alguns: “Os espíritos deveriam ter bastante mais espírito para nos dar realmente novidades” foi dito por graça por de mais de um crítico.
Se é antiquada, tanto melhor, isso prova que é de todos os tempos.
Aos homens cabe a culpa de não a ter praticado, porque não há autênticas verdades senão as que são eternas. Os Espíritos vêm chamar-vos, não por uma revelação isolada feita a um único homem, mas pela voz dos próprios Espíritos.
Esta, como trombeta final, vêm proclamar: Podem acreditar que aqueles que chamam mortos, estão mais vivos que vós, porque eles vêem o que não vedes e ouvem o que não ouvis.
Será fácil reconhecer naqueles que vos vêm falar, os vossos pais, os vossos amigos e todos aqueles que amastes na Terra e que acreditastes perdidos sem regresso.
Infelizes aqueles que julgam que tudo acaba com o corpo, porque serão cruelmente desenganados; infelizes aqueles que tiverem falta de caridade, porque sofrerão o que tiverem feito os outros sofrerem!
Escutem a voz daqueles que sofrem e que vêm dizer: “Nós sofremos por termos ignorado o poder de Deus e por ter duvidado da sua infinita misericórdia; sofremos pelo nosso orgulho, pelo nosso egoísmo, pela nossa avareza e por todas as más paixões que não soubemos reprimir; sofremos por todo o mal que fizemos aos nossos semelhantes por termos esquecido a caridade”.
Incrédulos! Será para rir uma doutrina que ensina semelhantes coisas? Será boa ou má?
Não está longe o tempo em que esta regra, proclamada abertamente em nome dos Espíritos, será uma garantia protetora e um título de confiança em todos aqueles que a trouxerem gravada no seu coração.
Um Espírito disse: “Troçaram das mesas girantes; não se troçará jamais da filosofia e da moral que delas derivaram”.
Já estamos longe desses primeiros fenômenos que serviram de distração passageira do ócio e da curiosidade. Essa moral é antiquada, dizem alguns: “Os espíritos deveriam ter bastante mais espírito para nos dar realmente novidades” foi dito por graça por de mais de um crítico.
Se é antiquada, tanto melhor, isso prova que é de todos os tempos.
Aos homens cabe a culpa de não a ter praticado, porque não há autênticas verdades senão as que são eternas. Os Espíritos vêm chamar-vos, não por uma revelação isolada feita a um único homem, mas pela voz dos próprios Espíritos.
Esta, como trombeta final, vêm proclamar: Podem acreditar que aqueles que chamam mortos, estão mais vivos que vós, porque eles vêem o que não vedes e ouvem o que não ouvis.
Será fácil reconhecer naqueles que vos vêm falar, os vossos pais, os vossos amigos e todos aqueles que amastes na Terra e que acreditastes perdidos sem regresso.
Infelizes aqueles que julgam que tudo acaba com o corpo, porque serão cruelmente desenganados; infelizes aqueles que tiverem falta de caridade, porque sofrerão o que tiverem feito os outros sofrerem!
Escutem a voz daqueles que sofrem e que vêm dizer: “Nós sofremos por termos ignorado o poder de Deus e por ter duvidado da sua infinita misericórdia; sofremos pelo nosso orgulho, pelo nosso egoísmo, pela nossa avareza e por todas as más paixões que não soubemos reprimir; sofremos por todo o mal que fizemos aos nossos semelhantes por termos esquecido a caridade”.
Incrédulos! Será para rir uma doutrina que ensina semelhantes coisas? Será boa ou má?
Não a encarando senão do ponto de vista da ordem
social, dizei se os homens que a pratiquem seriam melhores ou piores, felizes
ou infelizes!
FIM
Nota de introdução: Por
ser um texto muito rico, recheado de ideias fundamentais e momentos fortes, a
tradução tomou a iniciativa de criar um encadeado de subtítulos que servirão
para individualizar esses momentos, criando um ritmo de leitura propício à
reflexão.
Com a boa-vontade com que foram colocados, tenho a ideia que o professor Hipólito Leão não iria zangar-se…CB
Com a boa-vontade com que foram colocados, tenho a ideia que o professor Hipólito Leão não iria zangar-se…CB
Quanto mais o autor deste blogue
procura mais se convence de que o Espiritismo, doutrina do esclarecimento total
das angústias do homem e suporte racional de todos os mecanismos da Criação,
deve ser estudado nas suas fontes principais e a partir delas metodicamente
desenvolvido.
Pensa, além disso, que o tesouro das obras principais que deram o nome e substância à doutrina continua parcialmente adormecido e – o que é gravíssimo – tem sido progressivamente desvirtuado junto de grande quantidade de interessados animados pela parte mais lúcida e mais nobre da sua intuição espiritual.
Aqui vai prosseguir-se no estudo dos textos base mais importantes e legítimos do espiritismo de que a tradução deste documento é apenas um começo.
O livrinho que Allan Kardec escreveu em 1862, ainda não estava completa a série de obras da codificação, poderá constituir – conforme aqui se procura demonstrar – um precioso auxiliar na divulgação rápida do Espiritismo.
Pensa, além disso, que o tesouro das obras principais que deram o nome e substância à doutrina continua parcialmente adormecido e – o que é gravíssimo – tem sido progressivamente desvirtuado junto de grande quantidade de interessados animados pela parte mais lúcida e mais nobre da sua intuição espiritual.
Aqui vai prosseguir-se no estudo dos textos base mais importantes e legítimos do espiritismo de que a tradução deste documento é apenas um começo.
O livrinho que Allan Kardec escreveu em 1862, ainda não estava completa a série de obras da codificação, poderá constituir – conforme aqui se procura demonstrar – um precioso auxiliar na divulgação rápida do Espiritismo.
Chamou-se em francês “Le Spiritisme à
sa plus Simple Expression”.
Não
me atrevi a colocar esta nota antes da obra apresentada, mas aqui fica à
disposição de todos os que desejaram vir até ao fundo desta notícia, com os
meus agradecimentos e votos de ótima saúde física e progresso espiritual.
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