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Francisco Valdomiro Lorenz

František Lorenz (Zbislav24 de dezembro de 1872 — Dom Feliciano24 de maio de 1957), também conhecido como Francisco Valdomiro Lorenz ou simplesmente Francisco Lorenz, foi um poliglota e filósofo nascido no Reino da BoêmiaImpério Austro-Húngaro (hoje República Tcheca). Foi um dos primeiros esperantistas do mundo, e o segundo no Brasil.
Capaz de comunicar-se em mais de cem idiomas, traduziu livros do sânscritohebraicogrego antigoinglêsfrancêsitalianochinêsjaponês e árabe. Chegou a transportar uma passagem do Evangelho de João em 70 idiomas (capítulo 3, versículo 16). Estudou o aramaico, o volapuque, o tupi-guarani, o maia e outros.
Nascido em berço pobre, nunca encontrou facilidades para o estudo. Apesar da vida simples do seu pai (moleiro), aos dezessete anos conhecia todas as línguas eslavas, o latim, o hebraico e o grego.
Em 1891, o poliglota migrou para o Brasil. Viveu inicialmente no estado do Rio de Janeiro, e posteriormente em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.
Em 1894, já em Dom Feliciano, casou-se com Ida Krascheffski, uma jovem alemã que viera para o Brasil aos sete anos de idade.
Conheça a vida e obra desse médium: https://youtu.be/0JIUK2ruimY
“Consta que aos quatro anos ele folheou o primeiro jornal e leu para os pais sem ser alfabetizado.
Ele falava mais de uma centena de idiomas e dialetos. Uma delas era o Tupi Guarani, que o incentivou a produzir o primeiro dicionário da língua, sem nunca ter falado com um índio”, afirma o bisneto Fernando Lorenz.
Universalista, o agricultor e professor escreveu sobre a cabala judaica, o hinduísmo, os povos do Antigo Egito e os costumes dos Maias, Astecas e Ameríndios.
No total, publicou 72 livros. No entanto, somente 10 deles podem ser encontrados hoje em dia.
O primeiro livro de Francisco foi publicado aos 17 anos, sobre o ‘esperanto’, língua universal.
A produção literária de Lorenz é estudada por pesquisadores de universidades do Brasil e da Europa, que procuram entender como um homem tão simples falava até línguas mortas do Egito. “As vertentes que enfocam o tema espiritualista entendem que esta é uma trajetória de acúmulo ao longo de muitas encarnações. Outras vertentes entendem como um esforço sobrenatural, do intelecto e da formação dele”, conta o bisneto.
A presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Maria Elisabeth Barbieri, não tem dúvidas de que Francisco tinha experiência de reencarnações.
“As experiências de reencarnações passadas estavam bem afloradas nesse espírito”, afirma Maria Elisabeth.
"Ele nunca buscou brilho pessoal nem reconhecimento, destaque ou fortuna. Mas o trabalho dele atravessa os tempos por conta dos valores morais. A figura de Francisco Valdomiro Lorenz é uma lição para todos nós, que vivemos fascinados pelo mundo do ‘ter’ e esquecidos de ‘ser’", conclui a presidente da Federação Espírita do estado.
É justamente esse pensamento, o do ser imortal, que Lorenz deixou registrado na relíquia que a família guarda a sete chaves.
O professor de mil talentos fez em 1915 um mapa astrológico do filho, Otto.

"Virá o tempo em que desenvolverás tuas forças de alma. O que há na vida e na natureza, de maravilhoso e misterioso te atrairá, e então verás que não é o corpo visível que merece o nome de 'eu', mas que aquilo que chamamos 'eu' é a alma, que já existiu antes do nascimento, e sobrevive a morte do corpo, para continuar a colher experiências em outras condições de ser", diz o texto.

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